terça-feira, 16 de abril de 2013

EM SEUS OLHOS - IN HER EYES




No Second Life existem também aqueles que utilizam a sua imaginação para criar histórias e ainda por cima viver estas histórias que criam como se fossem artistas de um filme. Muitos dramas e comédias são criados e vivenciados por um grupo de residentes....os que " jogam on line"- conhecidos como jogadores de RPG (Role Playing Games).
E é deste mundo que apresento merlin.oddfellow.
Merlin mora na Bretanha e por muito tempo trabalhou com imagens em 3D:
  (http://www.renderosity.com/mod/gallery/browse.php?user_id=504) 
e hoje dedica-se a escrever: 
http://www.merlin-corey.com/
 Convido  você a ler uma história criada especialmente para este blog, por este querido e criativo escritor e artista - Merlin Corey.

                                                          
EM SEUS OLHOS
por Merlin Corey   

Itália, Junho de 1496
    Florença. A Cidade de Deus, ou como eles o dizem. Nas ruas cheias de gente, as cores predominantes são marrom escuro, cinza e preto. Qualquer um que ousasse usar  um pouco de roxo no lenço seria provavelmente preso. Ou então apedrejado por alguns pregadores furiosos. Mas mesmo por baixo de suas roupagens singelas, os Florentinos são muito orgulhosos. O Todo-Poderoso está com eles e mais ninguém, disse-lhes o seu governante Friar Savonarola. E os Florentinos acreditaram nele, pelo menos por enquanto. 

 Puck olhou para a rua e franziu a testa.  Através de uma janela do Palazzo ele podia ver a Piazza Vecchia e sua pálida multidão. Não havia muita coisa para se divertir. Felizmente, o palácio foi preservado daquela penumbra que predominava. No reino da Baronesa, diversão era um pré-requisito, pelo menos por detrás das pesadas cortinas de veludo. Nas salas de reuniões oficiais, pálidos serviçais e guardas mostravam-se cuidadosos e zelosos. A própria Baronesa era um exemplo: sempre vestindo preto, às vezes com pequenos detalhes de branco  e até mesmo a qualidade dos tecidos e os forros de prata eram apresentados com requinte e bom gosto. 

 A Baronesa não vestia preto por modéstia, Puck sabia disso com certeza. Ela simplesmente adorava. Certa vez comentou  que era o melhor caminho para atrair a atenção para seus olhos. Ela estava errada, com certeza. Até mesmo as cores mais brilhantes não poderiam desviar a atenção de  qualquer um daquelas duas pedras preciosas quase transparentes que iluminavam seu rosto. Seus traços não eram extraordinários mas poderia ser considerada como uma bela mulher. Seus lábios eram curvados  num sorriso permanente , uma forma que tinha de se mostrar divertida  a todos . Mas seus olhos podiam ser considerados como uma das Sete Maravilhas do Mundo, assim como o nariz de Cleópatra. Embora Cleópatra nunca tivesse um nariz grande, Puck lembrou.

Puck parou de olhar pela janela e decidiu descer. Talvez houvesse uma serviçal ou então mordomo em quem ele pudesse aplicar uma de suas últimas brincadeiras. Ou talvez a Baronesa estivesse com vontade de se divertir e eles pudessem  cantar antigas músicas intermináveis. Mas a Baronesa não estava por perto. Os mordomos e as serviçais o conheciam bem e tentavam evitar Puck tanto quanto podiam, sem no entanto,  mostrarem-se  rudes ao bobo da corte favorito de sua Senhora. Somente dois criados estavam no salão principal, e estavam ocupados pendurando um quadro. Mesmo Puck  não ousaria arriscar qualquer acidente envolvendo esta obra de arte específica. A Baronesa mandaria cortar sua cabeça e usaria seu crânio como um penico.  Ele esfregou a testa, tentando esquecer aquela imagem fedorenta.
Puck olhou para a pintura. O brilho dos olhos da Baronesa era estranho, mesmo sobre uma tela. Somente um mestre poderia ter feito belo trabalho, a não ser que tenham usado mágica para alcançar tal resultado. Puck não sabia, e não perguntou. Apesar de sua curiosidade natural, ele nunca tentaria espionar os assuntos particulares da Baronesa. "Penico", ele se lembrou com um arrepio.

Puck correu até a cozinha. O cheiro era muito melhor que o de seus pensamentos anteriores. Frangos fritos, cisnes recheados, carne cozida, carne de porco em conserva, pães assados ​​de todos os tipos, os sabores criados ali eram pura obra de arte com o objetivo de derreter até os paladares menos apurados.  Puck olhou ao redor, tentando identificar cada chefe, cozinheiro, aprendiz de cozinheiro, assistente, lavador de pratos, zelador ou qualquer outra pessoa que pudesse vê-lo. Quando ele estava certo de estar suficientemente  camuflado, roubou uma perna de frango assado e alguns bolinhos  e discretamente se afastou na ponta dos pés.

Puck ainda estava mastigando o seu último bolinho quando a Baronesa desceu as escadas. Ela olhou para a pintura. "Cinco centímetros  à esquerda", ela ordenou aos criados. Sua voz era tão meiga e calma que qualquer um que não a conhecesse cometeria  o erro fatal de pensar que ela era realmente uma pessoa amável. Os criados a conheciam bem, e cuidadosamente moveram o quadro na distância exata que pediu.

 "Um pouco mais para a esquerda", ela ordenou.  Foi  obedecida na hora. Então ela olhou ao redor, e percebeu Puck, apesar de estar escondido atrás do sofá. "Puck.  Precisamos conversar".  

 Puck engoliu a seco. Ele estava acostumado com criaturas poderosas, mas a Baronesa o aterrorizava algumas vezes. Especialmente quando tinha aquele tom gelado escondido atrás daquela inexpressiva suavidade. "Sim, minha Senhora", ele respondeu obediente, movendo-se rapidamente em sua direção.
 "A Festa de hoje à noite". Somente estas palavras. Ela era uma adepta fervorosa de ir direto ao assunto.  

Puck já estava suando frio devido esta festa à noite. O que poderia  ter dado errado? O menu estava a seu gosto. Os músicos eram seus favoritos  naquele lugar. As salas haviam sido arrumadas estritamente de acordo com suas instruções. A lista de convidados havia sido ...

Puck parou e começou a pensar ainda mais rapidamente.

"Então?" a Baronesa perguntou impacientemente.

"Err.. o Sr. Nicholas Flamel disse que estaria aqui". Ele tinha certeza de que a companhia do Alquimista Francês, provavelmente morto desde os anos 80, iriam distrair a Baronesa. 

"E?" Ela balançou a cabeça interrogativamente.

"Sua Alteza o Príncipe de Valachia também virá", Puck tentou tranquilizá-la. Havia uma pequena dúvida  sobre o comparecimento de Vlad Tepes. Ele ficou muito paranoico desde seu assassinato, há vinte anos atrás.

"E?" A Baronesa repetiu em um tom que fez a franja de Puck congelar em sua testa.

Puck colocou mentalmente  as mãos no rosto. Agora ele sabia qual era exatamente o problema. "Não temos  nenhuma notícia de Sir Luke, mas estou certo que se houvesse  qualquer tipo de contratempo ele teria avisado”, comentou tentando parecer mais confiante do que realmente estava.

"Eu ficaria muito desapontada se ele não viesse", a Baronesa comentou casualmente, antes de ir embora.

Puck suspirou. Ele não deveria ter pego este trabalho, mas era uma forma dele ficar fora de sua amada Inglaterra por uns tempos.  Ele precisava de um tempo. Além do mais, tentar casar com duas moças no mesmo mês não era exatamente uma boa ideia. Especialmente quando ele descobriu que ambas eram alunas da mesma Bruxa, e que a tal Bruxa não achava graça quando o assunto era relacionado com suas pupilas. Essa pequena viagem na Toscana era muito bem vinda, mas após 20 anos, ele esta pensando em voltar pra casa. Suspirou de novo.

"Eu vejo que você recebeu o retrato".  Uma voz vinda de trás fez Puck dar um salto.

"Eu... Eu acabo de mencionar o seu nome para a Baronesa", Puck murmurou. 

"Meu nome, sério?" O homem era muito alto, esguio, mas bem forte, com o andar gracioso que somente os nobres e os mestres das artes marciais verdadeiramente poderiam fazer. 

Puck estava olhando para as botas do homem. Não que procurasse pistas  sobre por onde havia andado, analisando a lama em seus sapatos, mas nunca ousaria olhar nos olhos de esmeralda de um cavalheiro. Não importa quão poderoso ele fosse, Puck não era um tolo.  "Sim... quero dizer, estávamos mencionando sua presença na festa de hoje à noite", ele corrigiu.

"Eu disse que viria. E aqui estou eu", o homem riu.

"É claro", Puck sorriu. "A Baronesa ficará encantada em vê-lo". 

"Eu estou certo que ficará", o homem riu de novo, com seus olhos ainda no quadro da parede. "De quem é este trabalho. Leonardo?" Ele perguntou admirado.

"Não. O Mestre ainda está em Milão, e não conseguimos convencê-lo a voltar à Florença. Não na situação política atual, estou certo de que o Senhor  entende", Puck explicou.

"Eu tive que vestir uma roupa  de monge para atravessar os portões principais, sim, eu entendo", o homem sorriu ironicamente. "Então, quem pintou?"

"Eu não sei", Puck admitiu. Ele não gostava disso. Não estava acostumado a NÃO saber das coisas..

"Os olhos são realmente brilhantes", o homem comentou.

Puck balançou a cabeça confirmando. "Certamente, eles são. Como os da Baronesa', se assim posso falar".
 O homem riu . "Exceto que você pode olhar para esses olhos sem nenhum perigo. Apesar de que alguma magia foi usada na pintura", ele notou casualmente.

"Certamente", Puck repetiu. Ele podia sentir a mágica, é claro. Bem rudimentar. Nada realmente prejudicial. Mas explicava como o brilho dos olhos quase hipnotizava. 

"Tio Luke !" A voz veio do andar de cima, com uma gargalhada tão musical quanto uma cachoeira durante o verão. A Baronesa algumas vezes tinha um jeito adolescente. Ela correu escada  abaixo e pulou nos braços do homem, abraçando-o fortemente. "Eu senti tanto a sua falta", ela sussurrou. 

Um observador de fora teria notado que "Tio Luke" parecia ter a mesma idade da Baronesa, que parecia uma mulher muito jovem. Mas Puck não se importava. Idade não era problema para ele. Também não para a Baronesa ou para o seu Tio. Claro, ninguém na casa tocaria no assunto. Ninguém  na “Cidade de Deus”.

"Vejo que ganhou  o seu retrato", Sir Luke sorriu para a Baronesa.

"É bem parecido, não acha?" Ela consentiu com um sorriso maroto.

"Eu gostaria muito de saber por que você precisa ter tal mágica no hall de entrada principal.", Luke continuou sorrindo, mas seus olhos de esmeralda estavam severos.

"Você ouviu as notícias? Aqueles que controlam Florença estão ansiosos para se livrar do mal, como eles dizem. Nada exatamente compatível com nosso estilo de vida. Com esta foto pendurada aqui, eu terei certeza que aqueles que entram somente verão o que eu desejo que eles vejam.", A Baronesa tinha um sorriso malicioso.

Puck riu silenciosamente. Estilo de vida. É claro. Ele não entendia como humanos dessa época possuem tantos tabus. A Baronesa vivia uma vida saudável, com muita diversão. Comida, bebidas, e até mesmo algum fumo vindo do Oriente, danças, peças teatrais, concertos, e é claro, todos os prazeres da carne eram oferecidos voluntariamente na casa. Pelo menos, para aqueles que eram aceitos como convidados da Baronesa.

"Se existe uma forma de manter esta casa em paz, então eu entendo, e aprovo.", Sir Luke sorriu calorosamente para a Baronesa.Então pegou uma pequena caixa dentro de sua jaqueta e lhe entregou.

"Feliz Aniversário, Dana". 

A Baronesa gritou de alegria e pegou a caixa. Ela lutou para abrir o cadeado, olhou dentro da caixa, e ficou branca como um fantasma. Pela primeira vez em 20 anos, Puck viu a Baronesa sem fala.

"Isso é...?" ela perguntou quase desmaiando.

"Sim", ele respondeu, os olhos de esmeralda dele estavam presos nos dela. 

Esmeralda e Safira, Puck pensou, olhando para os dois. E então ele entendeu.

"Feliz Aniversário, Dana", Sir Luke repetiu.

"Obrigada... Pai", a Baronesa sorriu com um brilho, tirando a  esmeralda enorme da caixa, e passando seu colar em volta do pescoço.

"Puck, você nunca viu isso", Sir Luke franziu a testa para ele.

"Claro que não", Puck protestou, enquanto os dois estavam saindo, provavelmente para conversar um pouco antes  das festividades. Puck olhou para o quadro. Era realmente uma bela  pintura. E uma boa oportunidade para a festa. Não é todo dia que uma mulher atinge o seu primeiro milênio. E Sir Lucifer olhou tão orgulhoso para sua filha. Puck encolheu os ombros. Era hora de preparar algumas travessuras, os convidados iriam chegar em breve. Ele riu e  saiu correndo.

                                                               *****

In Second Life there are also those who use their creativity to create stories and live on top of these stories as if they were artists of a movie. Many dramas and comedies are created and experienced by a group of residents who .... "plays online " - known as RPG (Role Playing Games) players.

And it is from this world that I present merlin.oddfellow.

Merlin lives in Brittany and worked with 3D images for a long time:

and now devotes himself to writing:

I invite you to read the story created especially for this blog, from this dear and creative writer and artist - Merlin Corey.


IN HER EYES
By Merlin Corey

Italy, June 1496

Florence. The City of God, or so they said. In the crowded streets, the dominant colors are dark brown, grey and black. Whoever would dare flaunting an inch of purple scarf would probably be arrested. Or stoned by some angry preachers. But even below their modest attire, Florentines are still as proud. The Almighty is with them, and no others, their ruler Friar Savonarola told them. And the Florentines believed in him, for now.

Puck looked at the street and scowled. Through the window of the Palazzo he could see the Piazza Vecchia and the colorless crowd. Nothing much to make fun of. Fortunately, the palace itself was preserved from the prevailing gloom. In the Baroness' estate, joy was required, at least behind the heavy velvet drapes. In the official meeting halls, servants and guards showed off the expected colorlessness with care and zeal. The Baroness herself was an example : always wearing black, with a small touch of white sometimes, even though the quality of the fabrics and the silver linings were a display of both wealth and taste. 
 
The Baroness didn't wear black with modesty, Puck knew that for sure. She just loved it. She once told him that it was the best way to direct all the attention to her eyes. She was wrong, of course. Even the brightest colors couldn't have distracted anyone from the two pale gems illuminating her face. Her features weren't extraordinary, even though she could be labeled as beautiful. Her lips were quirked in a nearly permanent half smirk, a way for her to disclose her amusement at the world. But her eyes could have been labeled as one of the Seven Wonders of the World, as well as Cleopatra's nose. Although Cleopatra didn't have such a big nose, Puck remembered.

Puck quit staring through the window and decided to go downstairs. Maybe there would be a chamber maid or a butler he could test one of his last pranks on. Or maybe the Baroness was in the mood for some fun and they'd start playing endless melodies from the old times. But the Baroness wasn't around. The butlers and chamber maids knew better and tried to avoid Puck as much as they could without looking rude to their Mistress's favorite jester. Only two servants were in the main hall, and they were busy hanging up a painting. Even Puck wouldn't dare risking an accident involving this specific piece of art. The Baroness would have his head cut and use his skull as a chamber pot.  He pats his forehead, trying to chase off the smelly image.

Puck glanced at the painting. The brightness of the Baroness' eyes was eerie, even on canvas. Only a Master could have rendered it, unless magic had been used to enhance the result. Puck didn't know, and didn't ask. Despite his innate curiousity, he would never try to spy on the Baroness private matters. "Chamber pot", he reminded himself with a shiver.

Puck scurried along to the kitchen. The smell was much better than his previous thoughts. Crisp capons, stuffed swans, boiled beef,  pickled pork, baked breads of all sorts, the flavors engineered there were pieces of art intended to make the dullest palates melt. Puck looked around, trying to spot every chef, cook, undercook, assistant, dishwasher, janitor or anyone else could see him. When he was sure to be stealthy enough, he stole a roasted chicken's leg and a couple of cupcakes and discreetly tiptoed away.

Puck was still munching on his last cupcake when the Baroness went down the stairs. She looked at the painting. "Two inches on the left", she ordered the servants. Her voice was so soft and calm that anyone who doesn't know the Baroness would make the fatal mistake of thinking she was actually a nice person. The servants knew better, and they carefully moved the painting of exactly the distance she asked.

"A little more to the left", she ordered. She was obeyed on the spot. Then she looked around, and spotted Puck, despite the fact he was hiding behind a sofa. "Puck. We need to talk".

Puck gulped. He was used to powerful creatures, but the Baroness terrorized him sometimes. Especially when she had that ice cold tone hidden under a blanked of softness. "Yes, My Lady", he answered obediently, darting towards her.
    
"Tonight's party". Only two words. She was a fervent adept of going straight to the point.

Puck was in a cold sweat about tonight's party already. What could have gone wrong ? The menu was to her liking. The musicians were her local favorites. The rooms had been prepared strictly according to her instructions. The guest list had been... Puck stops and starts thinking even faster.

"So ?" the Baroness asked impatiently.

"Err.. Sir Nicholas Flamel said he'd be here". He was certain that the company of the French Alchemist, presumably dead since 80 years, would entertain the Baroness. 

"And ?" she nodded interrogatively

"His Highness the Prince of Valachia will attend too", Puck tried to reassure her. There was a small uncertainty about Vlad Tepes' attendance. He was quite paranoid since his assassination, twenty years ago.

"And ?" the Baroness repeated in a tone that made Puck's bang freeze on his forhead.
Puck mentally facepalmed. Now he knew what the issue really was. "We had no news from Sir Luke, but I am sure that if he had any type of setback he would have informed us", he tried to sound more self-confident than he actually was.

"I would be very disappointed if he wasn't around", the Baroness mentioned casually, before walking away.

Puck sighed. He shouldn't have taken this job, but it was a way for him to stay out of his beloved Britain for a bit. He needed the break. Besides, trying to marry two girls the same month wasn't exactly a good idea. Especially when he found out that they were both students of the same Witch, and that said Witch had barely no sense of humour when her pupils were concerned. This little vacation in Tuscany was quite welcome, but after 20 years, he was thinking of going back home. He sighed again. 

"I see you got the portrait delivered". The voice in his back made Puck jump.
"I... I was just mentioning your name to the Baroness", Puck muttered.

"My name, really ?" the man was quite tall, slender but well built, walking with the true grace only noblemen and martial artists truely master.

Puck was looking at the man's boots. Not that he was looking for clues about his whereabouts by analyzing the mud on the shoes, but he would never dare looking in the gentleman's emerald eyes. No matter how powerful he was, Puck wasn't a fool.  "Yes... I mean, we were mentioning your presence at tonight's party", he corrected himself.

"I said I'd attend. Here I am", the man chuckled.

"Of course", Puck smiled. "The Baroness will be delighted to see you".

"I am sure she will", the man chuckled again, eyes still on the painting on the wall. "Whose work is this. Leonardo ?" he wondered.

"No. Il Maestro is still in Milano, and we couldn't convince him to come back to Florence. Not in the current political situation, you understand, I am sure", Puck explained.

"I had to wear a monk's frock to pass the main gates, so yes, I understand", the man smiled wryly. "So, who did this ?"

"I don't know", Puck admitted. He didn't like that. He wasn't used to NOT know something.

"The eyes are quite bright", the man commented.

"Puck nodded. "Indeed, they are. Like the Baroness', if I may say"..

The man laughed. "Except that you can look into these without any danger. Although some magic has been used on the painting", he noticed casually.

"Indeed", Puck repeated. He could feel the magic, of course. Quite primitive. Nothing really harmful. But it explained the eyes' nearly hypnotic glow.

"Uncle Luke !" The voice came from upstairs, with a laughter as musical as a waterfall during summer time. The Baroness sometimes had adolescent manners. She ran down the stairs and jumped into the man's arms, hugging him tightly. "I missed you so much", she whispered.

An outside observer would have noticed that "Uncle Luke" looked about the same age as the Baroness, who looked like a very young woman. But Puck wouldn't care. Age didn't matter to his kind. Nor to the Baroness or her Uncle. Of course, nobody in the house would mention this point. Not in "God's City".

"I see you got your portrait", Sir Luke smiled at the Baroness.

"It is a good likeness, don't you think ?" she nodded with a shameless smile.

"I would very much like to know why you need to have such magic in your main entrance hall", Luke kept smiling, but his emerald eyes were sharp.

"Did you hear the news ? Those who control Florence are eager to get rid of the vice, as they say. Not exactly compatible with our lifestyle. With this portrait hanging here, I make sure that those who enter will see only what I wish them to see", the Baroness had a mischevious smile.

Puck giggled silently. Lifestyle. Of course. He couldn't understand how humans of this age had so many taboos. The Baroness was living a healthy life, with lots of fun. Food, drinks, and even some smoke coming from Orient, dances, theater plays, concerts, and of course, all the pleasures of the flesh were willingly offered in this house. At least, for those accepted as guests of the Baroness.

"If it is a way to keep this house peaceful, then I understand, and I approve", Sir Luke smiled warmly at the Baroness. He then took a small box out of his jacket and handed it to her. "Happy birthday, Dana".

The Baroness yelped with joy and grabbed the box. She struggled to open the lock, looked inside the box, and turned white as a ghost. For the first time in 20 years, Puck saw the Baroness speechless.

"Is it...?" she asked faintly

"Yes", he answers, his emerald eyes locked into hers.Emerald and Sapphire, Puck thought, looking at the two. And then he understood.
"Happy birthday, Dana", Sir Luke repeated.

"Thank you... Father", the Baroness smiled brightly, taking the huge emerald out of the box, and passing its chain around her neck.

"Puck, you never saw that", Sir Luke frowned at him.

"Of course not", Puck protested, while the two were walking away, probably to have a little talk before the festivities. Puck looked up at the painting. It was really a nice painting. And a good opportunity to party. It's not every day that a woman reaches her first millenia. And Sir Lucifer looked so proud of his daughter. Puck shrugged. It was time to prepare some pranks, the guests were going to be there soon. He chuckled and scurried away.

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